sábado, 18 de outubro de 2008

Roteiro do filme de 15 minutos sobre “Filosofia na PUCPR”

O que pretendemos mostrar:

1. Para a elaboração do filme pretendemos fazer filmagens durante várias aulas durante suas atividades normais. Após isso selecionaremos trechos chamativos e usaremos como ilustração da nossa prática no curso de graduação.

2. O mesmo será feito durante as aulas do mestrado e nos grupos de estudos, buscando sempre cenas chamativas, instigantes, engraçadas, inusitadas...

3. Usaremos fotos de alunos apresentando trabalhos em seminários, colóquios, congressos.

4. Usaremos ainda o material que elaboramos durante a feira de cursos: fotos, entrevistas com os professores falando justamente do tema do filme, a idéia do túnel do tempo, bem como as imagens em torno dele...

5. Mostraremos os professores e suas linhas de pesquisa, seus enfoques, os autores que eles estudam especificamente, o que norteia o andamento do curso tanto no mestrado quanto na graduação.

6. Mostraremos a atuação dos professores nos outros cursos da PUCPR, afinal todos os cursos têm matérias obrigatórias de filosofia em sua grade curricular.

7. Alunos e seus trabalhos, interesses acadêmicos de alguns...

8. Fim do curso: procuraremos buscar alunos que já se formaram para saber o que se faz com o que se aprendeu durante o curso, o que cada aluno passou a exercer...

9. Procuraremos ainda tratar de pontos marcantes da filosofia na história. Afinal, ela serviu de base a vários eventos importantes que mudaram ou deram rumo à história como ela e hoje.

Como faremos a montagem:

10. A montagem disso tudo terá inicio com uma seqüência de fotos de ambientes totalmente vazios (igreja, sala de aula, praça...) para passar a impressão de que há algo faltando na completude da vida humana, entraremos depois com as idéias tiradas das entrevistas com os professores, com os fleches filmados e todo o restante do material para dar a entender que a filosofia pode ser esse algo que falta e que pode ser uma alternativa para completar essas lacunas existenciais.

11. Imagens da internet também serão usadas para ligar idéias e dar contexto ao filme.

12. Os materiais que serão usados são basicamente: câmera, computador para edição, matérias retirados da internet, fotos que os alunos tiraram d eventos, festas ou demais situações no decorrer do curso.

sábado, 11 de outubro de 2008

Avaliação das "Orientações curriculares do Ensino Médio" e de um material didático.

Esse trabalho foi elaborado a partir de discussões entre professores, equipes técnicas dos sistemas Estaduais de Educação, alunos da rede pública e representantes da comunidade acadêmica, com o objetivo de contribuir com o diálogo entre professor e a escola sobre a prática docente e, assim, fortalecer para essa etapa final da Educação Básica, pois serve como revisão de práticas pedagógicas em busca de uma melhoria no ensino.

As orientações abordam todas as disciplinas em seus três volumes (...). Porém nesse comentário será abordado apenas o 3º volume em que consta as bases curriculares para as ciências humanas e suas tecnologias. Mais especificamente a parte em que se mostra as ponderações sobre o ensino de Filosofia.

Primeiramente vale a pena mostrar o que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394196) prevê para esse nível de Educação Básica. Na LDB (art. 35) consta as finalidades atribuídas ao Ensino Médio: aprimorar o educando como ser humano, em formação ética, no desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de seu pensamento crítico e ainda contribuir para o desenvolvimento de suas competências para continuar seu aprendizado. Já no art. 26 propõe a organização curricular com os seguintes competentes:

Cabe à equipe docente analisar e selecionar os pontos que merecem aprofundamento a partir de uma ampla discussão entre eles e a equipe pedagógica de cada colégio que estabelece seu planejamento particular para cada disciplina.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Aspirações sobre algumas instituições que financiam pesquisa na área de filosofia

O referente artigo pretende apresentar uma pesquisa sobre as instituições que financiam pesquisas brasileiras na área da filosofia.
A filosofia pode ser entendida como um campo do saber que se preocupa com as questões conceituais e com o significado de cada palavra. Hoje em dia, vivemos numa sociedade materialista, que volta sua atenção quase que exclusivamente para a economia e os seus mecanismos de poder.
Os valores que tem relevância maior sofreram uma inversão de algum tempo para cá. Tudo que estiver relacionado com os interesses políticos-econômicos são bem vistos. Desta forma, a filosofia passa a ter um papel quase que desnecessário, afinal ela questiona os meios e valores que estão por trás de tudo que nos rodeia e desestabiliza-los pode representar um problema, pois ela acarretaria mudanças no sistema atual.
Cabe , então, àquele que procura entender o undo que no cerca e que anseia buscar os pressupostos que estão por trás das coisas, voltar-se para o mundo, o que representa uma tarefa árdua que exige coragem e dedicação, pois sua atitude incidirá de encontro a ideologia materialista que as regras determinam.
Enfim, quem resolver entrar nesse meio filosófico deverá estar ciente do que lhe espera e que apesar de toda dificuldade mensionada a iniciativa de encarar esse desafio será muito gratificante quando chegar a hora de colher os frutos, afinal, com a filosofia constroem-se bases para qualquer assunto e uma prova para isso são as atantas intituições que financiam os trabalhos filosóficos.
A seguir está uma listagem com algumas delas:
1. Programa de Apoio a Eventos no País (PAEP), tem como objetivo conceder recursos a eventos de caráter científico, tecnológico e cultural de curta duração, promovidos por associações e sociedades nacionais científicas, de pós-graduação e de pesquisa com abrangência nacional e internacional. Para promover financiamento a um projeto ele tem algumas condições obrigatórias, os eventos devem os eventos devem apresentar interesse inequívoco para a pós-graduação stricto sensu e os pedidos devem ser encaminhados à CAPES até 120 dias antes do evento. Os documentos obrigatórios são: carta de encaminhamento com exposição de motivos; formulário de solicitação; e uma programação completa do evento, além dos currículos dos convidados nacionais e estrangeiros.
2. O CNPq oferece várias modalidades de bolsas aos alunos do ensino médio, graduação, pós-graduação, recém-doutores e pesquisadores já experientes. As bolsas são divididas em duas categorias principais: bolsas individuais no país e no exterior, e bolsas por quota. As individuais são solicitadas diretamente ao CNPq.
Primeiramente para quem deseja fazer essas solicitações individuais deve-se identificar qual é a opção que se encaixa em seu perfil e necessidade. Em seguida, deve ler atentamente as normas gerais e específicas relacionadas ao tipo de bolsa escolhida e verificar os prazos para sua inscrição. Finalmente deve preencher o formulário correspondente e enviá-lo dentro dos prazos previstos de acordo com a modalidade. Os formulários podem ser obtidos a partir da página formulários. Os que não forem corretamente preenchidos serão recusados. Os resultados finais dos julgamentos são divulgados na página resultados e comunicados ao interessado por via eletrônica e/ou correio regular.
Bolsas por quota, por sua vez, são as de quotas de bolsas de Iniciação Científica, de Iniciação Tecnológica, de Mestrado e Doutorado são oferecidas às instituições de ensino e pesquisa e aos cursos de pós-graduação. Os interessados devem solicitar as bolsas dessas modalidades diretamente às referidas instituições, não ao CNPq. Os critérios e mecanismos para sua obtenção são divulgados pelas instituições correspondentes. Bolsas de Iniciação Científica Júnior, destinadas aos alunos de ensino médio, são concedidas pelo CNPq às Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa que repassam às instituições locais. As instituições, por sua vez, as distribuem aos alunos secundaristas participantes dos programas específicos.
3. A Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná ampara a formação de recursos humanos do Estado do Paraná.
Seus recursos financeiros têm origem no Fundo Paraná, que destina 2% da receita tributária do Estado ao desenvolvimento científico e tecnológico. Desse percentual, até 30% são destinados à Fundação.Para a consecução de seus objetivos à Fundação Araucária, individualmente, ou em parceria com outros órgãos financiadores, compete:
Seus objetivos são os de amparar a pesquisa e a formação de recursos humanos, visando o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do Estado do Paraná; apoiar, total ou parcialmente, bolsa-auxílio, projetos, programas ou investimentos em unidades ou pólos de pesquisa ou de desenvolvimento científico e tecnológico; cadastrar, organizar e manter atualizados sistemas de informações sobre entidades, projetos, programas, recursos humanos, laboratórios, serviços e equipamentos que atuem ou sejam aplicados em áreas compatíveis com seus objetivos sociais, a fim de obter colaboração, cooperação e otimizar investimentos nessas áreas; promover estudos sobre o desenvolvimento e inovações científicas e tecnológicas e sua aplicação, para identificação de setores que deverão ser priorizados, bem como sobre intercâmbio nacional e internacional e formação de pesquisadores nas áreas priorizadas; desenvolver atividades de identificação, negociação, captação e atração de investimentos, para aplicação em setores compatíveis com seus objetivos sociais; promover, fomentar e subvencionar a publicação de estudos, pesquisas e outros documentos, ações, projetos ou programas, que auxiliem na ampla difusão de conhecimentos necessários ao desenvolvimento científico e tecnológico; monitorar, buscar a otimização e fiscalizar os recursos aplicados nas suas áreas de interesse, tando de suas próprias fontes quanto de terceiros; alinhar-se com os objetivos da Política Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná, priorizando suas ações de acordo com essa Política.
Seu programa de apoio financeiro abrange o Fomento à Pesquisa Científica e Tecnológica: tendo um programa de Apoio à Pesquisa Básica e Aplicada; um programa de apoio a recém doutores.
Busca ainda a formação de Pesquisadores oferecendo: um Programa de Apoio à Pós-graduação Stricto Sensu; um Programa de Apoio a Mestrados Interinstitucionais; um Programa de Apoio à Iniciação Científica Financia ainda a Disseminação Científica e Tecnológica tendo: um Programa de Apoio a Publicações; um Programa de Apoio à Participação em Eventos Técnico-científicos e Culturais, um Programa de Apoio à Organização de Eventos Técnico-científicos e Culturais; e um Programa de Apoio a Projetos Integrados de Pesquisa e Extensão.
Para apresentação de projetos exige-se que o coordenador proponente deve possuir vínculo empregatício com instituição de ensino e/ou pesquisa, legalmente constituídas, quer na forma de universidades, faculdades, institutos, fundações, sociedades científicas ou culturais, sem fins lucrativos, sediadas no Estado do Paraná; o coordenador deverá estar em plena atividade de pesquisa em sua instituição de origem, não cabendo a ele a solicitação de apoio da Fundação Araucária quando ausente, ou em vias de afastamento temporário para quaisquer fins; deve haver a existência de Chamada de Projeto em vigência; ausência de pendência para com a Fundação Araucária (relatórios técnicos e/ou prestações de contas); cadastro do coordenador/pesquisador e da respectiva instituição no Sistema de Gestão de Projetos – Sigep; submeter as propostas por via eletrônica (Sigep), e encaminhar uma cópia impressa do resumo do projeto cadastrado, devidamente assinada pelo proponente/coordenador e pelo responsável pela instituição(*), via correio, para o endereço:
Ao receber as bolsas o coordenador do projeto deve cuidar com o cumprimento de algumas obrigações que assume ao receber os beneficiários.Todos os apoios concedidos pela Diretoria são formalizados mediante a assinatura de um Termo de Outorga ou Convênio, onde são estabelecidas as obrigações entre a Fundação e o outorgado/conveniado. Por esta razão, o interessado deve examinar cuidadosamente o referido Termo para certificar-se das obrigações que assume perante a Fundação Araucária.
O não cumprimento resulta em penalidades como: cancelamento do auxílio ou bolsa; devolução dos recursos recebidos; desqualificação para apresentação de novas propostas.
Dentre as obrigações dos beneficiários (outorgado/conveniado), destaca-se: utilizar os recursos financeiros liberados exclusivamente para os fins aprovados (não são permitidas alterações no orçamento após a contratação do projeto); apresentar os relatórios técnicos e de prestações de contas dentro dos prazos previstos; fazer referência ao apoio da Fundação Araucária nas teses, dissertações, artigos, livros, resumos de trabalhos apresentados em reuniões e qualquer outra publicação ou forma de divulgação das atividades inerentes ao projeto; cumprir os prazos relativos à atualização no Sigep dos relatórios técnicos parciais e finais e das respectivas prestações de contas, de acordo com o que estabelece o Convênio ou Termo de Outorga; informar sobre auxílios ou bolsas pleiteados para o mesmo fim; não acumular auxílios ou bolsas.
4. A FINEP concede financiamentos reembolsáveis e não-reembolsáveis. O apoio da FINEP abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico: pesquisa básica, pesquisa aplicada, inovações e desenvolvimento de produtos, serviços e processos. A FINEP apóia, ainda, a incubação de empresas de base tecnológica, a implantação de parques tecnológicos, a estruturação e consolidação dos processos de pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em empresas já estabelecidas, e o desenvolvimento de mercados. Vale lembrar que a FINEP financia apenas as etapas anteriores à produção, não apoiando investimentos para expansão da produção.
Os financiamentos reembolsáveis são realizados com recursos próprios ou provenientes de repasses de outras fontes. As empresas e outras organizações interessadas em obter crédito podem apresentar suas propostas à FINEP a qualquer tempo. O primeiro passo é encaminhar uma consulta prévia, caso esta seja enquadrada, a FINEP receberá a Solicitação de Financiamento.
Os financiamentos não-reembolsáveis são feitos com recursos do FNDCT, atualmente formado preponderantemente pelos Fundos Setoriais de C,T&I. Eles são destinados a instituições sem fins lucrativos, em programas e áreas determinadas pelos comitês gestores dos Fundos. As propostas de financiamento devem ser apresentadas em resposta a chamadas públicas ou encomendas especiais.
A FINEP também tem uma linha de apoio para realização de eventos, temporariamente suspensa e atua de forma cada vez mais intensa no apoio a empresas de base tecnológica. Desde 2000 desenvolve o projeto inovar, que envolve amplo, estruturado e transparente conjunto de ações de estímulo a novas empresas, por meio de um leque de instrumentos, incluindo o aporte de capital de risco, indiretamente via fundos de capital de risco.
O que a FINEP apóia está sempre vinculada a modalidades de financiamento, e com propostas apresentadas dentro de suas normas e nos prazos das chamadas públicas, com o devido preenchimentos correto dos formulários de inscrição a concorrência do financiamento, que vem de reembolso após avaliação dos gastos como coerentes.
5. O GIFE baseia seu trabalho no fortalecimento político-institucional, na capacitação e no apoio à atuação estratégica de seus associados por meio das seguintes ações: atuação em rede; sistematização e divulgação do trabalho social realizado pelos associados; estímulo; e facilitação na construção de parcerias; além de empregar capital social.
Sua atuação tem como missão aperfeiçoar e difundir conceitos e práticas do uso de recursos privados para o desenvolvimento do bem comum. E seu consiste em contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável do Brasil, por meio do fortalecimento político-institucional e do apoio à atuação estratégica de institutos e fundações de origem empresarial e de outras entidades privadas que realizam investimento social voluntário e sistemático, voltado para o interesse público.
6. Fundação Roberto Marinho: quando o jornalista Roberto Marinho criou essa fundação, em 1977, havia poucas ações de responsabilidade social empresarial no Brasil. Ao reunir um grupo de parceiros em torno de uma causa social – levar educação de qualidade a milhões de brasileiros – a Fundação tornou-se um dos embriões do investimento social privado no país.
O Terceiro Setor, que agrega as instituições de interesse público mantidas pela iniciativa privada, vem se fortalecendo em todo o mundo para atender a demandas sociais crescentes que não podem ser supridas pelo Primeiro Setor – a administração pública em todos os níveis – e pelo Segundo Setor – as empresas privadas. A colaboração entre as três esferas é estratégica para o desenvolvimento da sociedade.
As instituições do Terceiro Setor se dividem basicamente em associações, voltadas para objetivos pontuais, e fundações, dedicadas a causas públicas. As fundações têm patrimônio privado – físico, financeiro, intelectual ou de habilidades – e geram economia para toda a sociedade ao investir diretamente na área social.
O Terceiro Setor ouve a sociedade e desenvolve projetos nas áreas em que há demanda, dentro do conceito de responsabilidade social. A empresa socialmente responsável estabelece relações éticas e transparentes com todos os grupos da sociedade. Aqueles com os quais fala diretamente – acionistas, funcionários, consumidores e fornecedores – e aqueles que são de alguma forma influenciados pelo seu negócio, no presente e no futuro.
Ao destinar recursos, ceder funcionários ou colocar sua estrutura à disposição de um projeto social, o investidor privado cria vínculos, adquire responsabilidades, inclusive legais, e obtém retorno, não só para si, mas para a comunidade, os funcionários e a sociedade em geral.
A soma de esforços entre instituições gera ações com resultados mais permanentes e eficazes. O diálogo permanente contribui para consolidar um mundo onde pessoas e comunidades se relacionem, valorizem suas identidades e sejam capazes de transformar suas próprias vidas.
Enfim, a missão dessa fundação já traduz todo o seu trabalho: Mobilizar pessoas e comunidades, por meio da comunicação, de redes sociais e parcerias, em torno de iniciativas educacionais que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O porteiro da noite

Percebe-se com o trabalho da Leysereé, e com o filme "O porteiro da noite", dirigido por Liliana Cavani, uma amostra no trato da psicologia e da filosofia perante pessoas com mente perturbada.
Nos casos retratados no filme fica explicita a situação que a mestranda mostrou em seu trabalho de que inconscientemente pessoas com casos de perturbação mental buscam o passado por terem recalques de situações extremas que viveram nele.
O porteiro é ex-oficial nazista e acaba se deparando com uma mulher que torturou na época e também foi sua amante. O resultado disso foi uma situação de paixão guardada e raiva, pois ao mesmo tempo em que a moça sentia medo dele ele não conseguia vencer a forma tão dura como as sensações extremas do passado a deixaram mexida, abalada.
Por sua vez, o porteiro abandonou até o emprego, perdeu a noção da realidade e isolou-se com ela do resto do mundo.
Esses dois quadros demonstram como lembranças definitivamente assombram as pessoas, evidenciando o recalque, assim como Leysereé explicou em sua apresentação, pois a sombra do passado acaba aparecendo nas atitudes futuras se forem muito marcantes e perturbem a pessoa.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Kant e Freud segundo o trabalho da Leysereé

Sobre o trabalho do Luciano

"Paixão de Cristo" X "A última tentação de Cristo"

Os filmes “A paixão de Cristo” de Mel Gibson e “A última tentação de Cristo” de Martin Scorsese oferecem material suficiente para uma analise a respeito de Cristo. No primeiro filme, Cristo assume livremente os comandos do Pai, pois reconhece nisso a intenção de Deus da salvação do povo. Já na Última tentação de Cristo tem-se um Cristo homem com desejos e que na hora do ápice de seu sofrimento já não reconhece sua missão e se deixa levar por sua humanidade.
Submetido às maiores humilhações e sofrimentos nos dois filmes, a figura de Cristo toma rumos opostos, porém no caso de “A paixão de Cristo” a natureza divina prevalece sobre o humano em Cristo, enquanto na “Última tentação de Cristo”, o que acaba por prevalecer é a porção humana de Cristo. Assim sendo, vale-se aqui uma reflexão voltada para o primeiro filme, já que o segundo só apresenta mai um homem cheio de desejos, vontades e egoísmo.
Pode-se concluir que no primeiro filme Cristo se reconhece como objeto da fé, ele vive o dilema entre o sofredor e a possibilidade de libertar-se do sofrimento, e, no entanto, quer suportá-lo e sofrê-lo. Isso foge à razão, pois ninguém se daria a esse sofrimento aplicando força para obrigar-se ao sofrimento e depois para suportá-lo. isso poderia ser uma explicação para o porque de Cristo ser um marco histórico que influenciou toda a humanidade. A filosofia depois de Cristo, não foi mais a mesma, foi repensada, segundo os novos paradigmas propostos pelo filho de Deus que praticou a caridade para a salvação do povo de Deus. Esta imagem causa na sociedade, no sentido ético, estético e religioso, muitas modificações, pois pelo menos o exemplo de amor puro e caridade existem. Isso serve à necessidade metafísica que o homem tem em sua existência, pois lhes serve como uma interpretação da vida.Portanto, podemos notar, que a necessidade de transcendência é própria do ser humano, não é simplesmente uma questão de fé e religiosidade.

Considerações sobre o trabalho da Sônia

Consideraçoes sobre o texto do Jorge

Caderno da atividade Ética e Psicanálise

O objetivo do trabalho é o de atingir jovens no tocante do pensamento de Freud e Lacan a respeito da ética da psicanálise.

1. Contextualização da vida de Freud

Nascido em Moravia, em 6 de maio de 1856, durante quase oitenta anos viveu em Viena, quando deixou a cidade quando ocorreu a ocupação nazista na Áustria. Morreu em Londres, em 1939. Ainda em jovem decidiu ser cientista na Universidade de Viena, e lá se graduou 8 anos depois de seu ingresso. Freud não tinha de inicio o intuito de clinicar, porém como não havia muitas oportunidades acadêmicas para um judeu e as necessidades de sua família estavam crescentes se forçou a fazê-lo. Apesar disso, ainda encontrava tempo para pesquisar e escrever. Suas realizações como pesquisador médico rapidamentelhe atribuíram grande reputação.


2. Contextualização da vida de Lacan




Jacques-Marie-Émile Lacan, nasceu em Paris, em 13 de abril de 1901, em uma família burguesa de origem provinciana e de sólida tradição católica. Lacan perdeu a fé no final dos anos 20, esse foi o clímax de uma verdadeira interrogação. Como se fizera com seus outros irmãos, acrescentou-se ao seu nome o da Virgem Maria. Progressivamente, renunciaria a esse nome, nos diversos textos escritos no período entre-guerras. O clima familiar, até mesmo banal, horrorizava Lacan .Em 1918, o jovem não encontrou entre os que voltaram da guerra o pai carinhoso, moderno e cúmplice, que tanto amava na infância. No entanto, tinha sido uma tia materna quem percebera a precocidade do menino, permitindo que estudasse no colégio Stanislas, em Paris; seu condiscípulo Louis Lepreince-Ringuet relatou seus dotes de então para a Matemática. Depois de estudos noColégio Stanislas, Lacan rompeu com o catolicismo.
3. Linha do Tempo
Fatos históricos que ocorrem durante o período de vida de Freud e de Lacan:
De 1871 até 1914, a Europa viveu um período de relativa paz. Os progressos tecnológicos e científicos, as reformas sociais, a elevação do padrão de vida, os progressos democráticos, o incremento da instrução de massa e o expansionismo europeu no mundo denotavam o apogeu da Europa liberal e capitalista.
Mesmo em 1914, poucas pessoas acreditavam numa guerra prolongada. O que essas pessoas não entendiam é que o sistema estatal europeu estava fracassando. Paixões nacionalistas, teses racistas, rancores antigos, alianças imperialistas e, sobretudo, uma violenta corrida armamentista, estavam ocorrendo.
Não percebiam também a onda revolucionária iniciada em Paris no mês de 1848 que espalhou-se pela Europa. Ela desencadeou rebeliões populares contra a opressão política e a desigualdade social que ainda prevaleciam em vários países. Encerrava-se o longo período de reformas políticas iniciado com a revolução de 1789.
Choques entre as potências imperialistas estavam ocorrendo. E dando caminho à Guerra Mundial de 1914. As disputas pelos mercados mundiais eram grandes entre as nações industrializadas. Estes países precisavam garantir matéria prima barata, e países consumidores para seus produtos manufaturados.
Alemanha desejava uma nova divisão do mundo. Seus objetivos eram a formação de um grande império alemão na Europa e a conquista das colônias que pertenciam à Inglaterra e à França.



A Rússia ambicionava destruir a influencia alemã e austro-húngara na Turquia e nos Bálcãs, além de obter uma saída livre para o Mediterrâneo.
O Japão entrou na guerra para se apoderar das possessões alemãs na China e no Pacífico. Aproveitando-se da situação para consolidar sua dominação na China.
A Bélgica, invadida pela Alemanha, lutava pela reconquista de sua independência e pela conservação de suas colônias.
A Sérvia lutava pela libertação dos povos eslavos que estavam submetidos ao domínio austro-húngaro.
E a França, além de lutar pela reconquista da Alsácia e Lorena, que perdera em 1871, desejava também diminuir o crescente poderio alemão.
Enfim, a guerra de 1914-1918 tinha por objetivo a redistribuição do mundo entre os grupos imperialistas principais, sendo seu motivo fundamental o antagonismo anglo-germânico.



O século XIX foi marcado por inúmeros conflitos e transformações. Crescia vertiginosamente a demanda por matérias-primas, por mão de obra, por mercados consumidores. As cidades viveram simultaneamente um intenso processo de crescimento, muitas vezes resultando em péssimas condições de vida e inúmeros problemas sociais. O ritmo de vida deixou definitivamente de ser regido pela natureza e passou a ser defendido pelo relógio. O movimento, a agitação, a mudança, a intermitência, o provisório, o transitório marcam a vida social no plano concreto.
Para as ciências, o final do século XIX representou mais do que uma mudança radical da imagem que se tinha do mundo, significou também um questionamento dos seus próprios fundamentos, o que levou ao surgimento de novas disciplinas.
As ciências sociais se enriqueceram, partindo para novas abordagens menos centradas no espaço e no tempo humano e mais preocupadas com o campo das representações, ou seja, com a percepção e a compreensão dos indivíduos acerca dos fenômenos sociais.
Em 1986, pela primeira vez é empregado o termo psicanálise, pelo médico vienense Sigmund Freud (1856-1939). A psicanálise não é um ramo da psicologia nem da psiquiatria, também não é uma doutrina filosófica, mas tem grande influência entre os filósofos preocupados com as expressões simbólicas da mente humana. Freud utilizou o termo psicanálise para designar o estudo das representações do inconsciente na psique humana.
4. Glossário de conceitos que ajudarão no estudo
PSICANÁLISE: Psicanálise é a ciência do inconsciente que foi fundada essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito. A psicanálise é um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de investigação e de tratamento. A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são os conteúdos principais da psicanálise.
Dois significados para psicanálise:
1. um procedimento criado por Sigmund Freud para a investigação dos processos mentais através da livre associação e interpretação de sonhos e interpretação das manifestações da resistência e transferência;
2. uma teroia psicológica desenvolvida por Freud a partir de sua experiência clínica com pacientes histéricas. (Tradução livre do original: Campbell, Psychiatric Dictionary, 1996).
DESEJO: O desejo que Freud nomeia é enigmático, e se diferencia da necessidade, que pode se satisfizer num objeto adequado. Como é sabido, o desejo é de outro registro para a psicanálise. Ele aparece mascarado nos sintomas, sonhos e fantasias, que são signos de percepção pelos quais uma experiência de prazer ou desprazer tem sido memorizada no aparelho psíquico. Quando se procura o objeto na realidade, a procura é a partir desses traços, objeto que remete a algo perdido desde o início, mas que deixa uma inscrição. Isto determina a dimensão do impossível para a psicanálise; um impossível lógico. "Desejo é o impulso de recuperar a perda da primeira experiência de satisfação".O desejo é sempre outra coisa, que não satisfaz as pulsões. Pressupõe a falta. Para Freud o desejo tem sua gênese na perda da simbiose; para Lacan, é necessárias uma relação dosujeito com a falta.
INCONSCIENTE: Em psicanálise, o inconsciente é um lugar desconhecido pela consciência: uma "outra cena". Freud apresenta o inconsciente em duas tópicas. A primeira tópica trata de uma instância ou sistema constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o pré consciente e o consciente. Na segunda tópica, deixa de ser uma instância, passando a servir para qualificar o isso e, em grande parte, o eu e o super-eu.
SIGNIFICANTE: O sujeito é representado pelo significante. Segundo a definição de Lacan, o significante é o que representa o sujeito para outro significante. O significante năo é só antônimo em relaçăo ao significado. Tem uma importância essencial que não pode ser atribuída ao significado. Năo tem qualquer correspondência com o significado do signo lingüístico. A partir do significante pode ser revelada uma parte da verdade do sujeito, mas năo­ toda, já que seu desnudamento total faria desaparecer o recalque e aniquilaria o sujeito. Os significantes deslizam de um a outro, formam uma rede, trazendo um sentido expresso e outro latente.
COISA: Para Lacan a Coisa (das Ding) é condição de possibilidade de qualquer coisa ou bem da realidade do sujeito. Em suma a Coisa é o que do real padece dessa relação fundamental, inicia, que induz o homem nas vias dos significantes, pelo mesmo dele ser submetido ao que Freud chama de principio do prazer. Assim teria como direção o inorgânico, o vazio, e a morte. O campo de das Ding está, nesse sentido, para além do princípio do prazer e do principio da realidade. O principio de prazer guia o homem de significante em significante, mas a Coisa não é um significante. Refere-se à morte, é um pulo pra fora do simbólico.
5. Texto: Psicanálise como a experiência ética


Psicanálise é uma investigação dos processos mentais, e da psique em seus elementos constituintes. É a experiência sobre a relação do sujeito com o desejo, na tentativa de satisfação frente à castração simbólica.Freud e Lacan tentam elevar a psicanálise como um saber científico. Saber, que enuncia a articulação do inconsciente. Freud mostrou que a psicanálise era um a novidade que vinha adestronar o lugar de reinado do sujeito da consciência.
O empreendimento psicanalítico buscava constituir-se como terapia e como reflexão da cultura. Os psicanalistas desenvolveram diferentes modos, dos quais a psicanálise se aplica ao tratamento clínico entendendo a cura de diversas maneiras.
A psicanálise não pode ser uma ciência da natureza, como não pode ser em modo da matemática, mas está além da cientificidade mal sucedida.Para Freud não como colocar a psicanálise no interior de uma epistemologia pautada por aquela dicotomia, senão apenas com um equivoco ou uma falsa ciência.Para Lacan a psicanálise compreende-se como uma ética, como experiência da relação do sujeito com o seu próprio desejo e com as barreiras que separam um do outro.
Nesse sentido é preciso desconstruir outra dicotomia nomeada como ôntico-ético e reconstruir o sentido no qual podemos falar das condições de possibilidade do desejo e de uma ética do desejo. Embora Freud tenha recorrido a mitos para explicar aquilo que não tem referencia empírica nem demonstração argumentativa, o que estava em jogo em cada caso, especialmente no Édipo, era mostrar uma estrutura que permitisse dar conta do funcionamento de fenômenos ou manifestações sintomáticas que se encontram na clínica.
Para Lacan o inconsciente não é o âmbito das trevas, o irracional a caixa preta ou qualquer coisa que se possa reduzir a uma experiência mística ou a uma relação de oposição neutralizadora com a razão. O inconsciente está estruturado como uma linguagem. E é na busca da articulação que o analista precisa se comprometer.
Assim, Freud e Lacan apresentariam as condições de possibilidades daquilo que permite entender as manifestações inconscientes, mas na sua singularidade e não numa regularidade normativa. Porem Lacan, em vez de recorrer aos mitos, modela construindo esboços de aparelhos em relação com a linguagem e com aquilo que ela não alcança.
O aparelho do psiquismo humano dispõe-se a partir dos registros do real, do simbólico e do imaginário. Registros estes que permitem trabalhar a relação do sujeito com o desejo como uma experiência ética. É assim que Lacan chama aquilo que esta no próprio principio da entrada da psicanálise.
Mas Lacan chama atenção para a Coisa (das Ding) que é condição de possibilidade de qualquer coisa ou bem da realidade do sujeito. Em suma a Coisa é o que do real padece dessa relação fundamental, inicia, que induz o homem nas vias dos significantes, pelo mesmo dele ser submetido ao que Freud chama de principio do prazer. Assim a deriva teria como direção o inorgânico, o vazio, e a morte. O campo de das Ding esta, nesse sentido, para alem do princípio do prazer e do principio da realidade. O principio de prazer guia o homem de significante em significante, mas a Coisa não é um significante. Refere-se à morte, é um pulo pra fora do simbólico.
Para Lacan a ética articula-se por meio de uma orientação do referenciamento do homem em relação ao real. O que busca é para alem do dever, dos bens e da lei, uma transgressão do desejo uma certa função ética do erotismo. Mas, na medida em que o desejo esta para alem da lei, o risco da de nos encontramos com nada é inevitável.
A ética do desejo é uma ética sem modelos. Certamente, o para alem da lei exige ou demanda uma erótica, um erotismo na experiência ética. Mas para que objetos venham a ocupar o lugar da coisa, o vazio da Coisa é preenchido temporalmente por coisas que, a principio são substituíveis por objetos que sustentam uma identificação simbólica, por imagem sublimadas. Aqui a fantasia sádica nos apresenta claramente uma relação com o objeto de desejo, no qual, o nosso prazer pode ser realizado de todos os modos possíveis sem que o objeto perca a sua beleza. No caso do sadismo, o sádico realmente nega que o gozo seja impossível, e vai enfrente confundindo-se com o próprio objeto.
Assim, se o dever seria um recalque (ou pelo menos o controle dos impulsos do desejo) pela obediência da lei o gozo sádico não seria propriamente um para-além-da-lei, mas uma afirmação da lei de que é possível alcançar o gozo que é a lei. A outra lei, proíbe, na tentativa de regular, de determinar as relações entre os sujeitos. No sádico, trata-se da desmedida da lei, da renegação da castração simbólica, que dirige a pulsão, pulsão sado-masoquista, para uma tentativa da satisfação que retorna num modo invertido.

6. Indicações bibliográficas
MILLER, Jacques- Alain. Percurso de Lacan. Editora: Jorge Zahar, 1984, Argentina- Buenos Aires.
DAVIDOFF, Linda L.. Introdução à Psicologia. Editora Makron, 1998, Rio de Janeiro.
CHEMAMA, Roland. Dicionário de Psicanálise Larousse. Editora Artimédicas Sul, 1995 Porto Alegre.
FREUD, Sigmund. São Paulo, Abril Cultural,1974. (col.Os pensadores)

7. Indicação de filmes
BELEZA AMERICANA (Sam Mendes)
-semiótica e psicanálise.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (Stephen Spilberg)
-narcisismo e ética.
DE OLHOS BEM FECHADOS (Stanley Kubrick)
-psicanálise e política.
A RAINHA MARGOT (Patrice Chéreau)
-psicanálise e história.

8. Perguntas para se refletir sobre o tema
1. Do que Freud e Lacan foram chamados? Psicólogos ou terapeutas?
2. Em linhas gerais, qual a relação mostrada no texto entre a psicanálise de Freud e de Lacan com a ética?
3. Para Lacan, como a ética se articula?
4. Faça um comentário sobre o fato de os dois terem vivido em plena época de guerra mundial. Será que isso os levou a tomar certos rumos em seus estudos?
5. Por que Freud diz que a psicanálise não é uma ciência?
6. o que você entendeu por psicanálise? E como você a relacionaria com ética?

ATIVIDADE PRODUZIDA POR TÂNIA PASCHOAL E RAPHAEL MICHELATO

Vídeo e comentário sobre o capítulo do livro ""Nietzsche e os destinos da 'arte de curar'"

http://br.youtube.com/watch?v=YQ7lvYDRLvQ


No decorrer do capítulo intitulado “Nietzsche e os destinos da ‘arte de curar’”, do livro organizado pelo professor doutor Daniel Omar Perez, sobre o qual produzimos o vídeo, pode-se perceber qual o destino que a poesia que era tão valorizada entre os gregos antigos como uma forma de cura acabou tendo na constituição de homem moderno.
Entre os antigos a arte teria uma função natural curativa representada pela tragédia em contraposição ao dionisíaco, o qual para ele significava bárbaro e maléfico à saúde.
Essa função de cura da poesia tão valorizada entre os antigos não foi inteiramente erradicada, de alguma forma, mesmo nessa época de combate contra crenças e superstições, ainda percebe-se que algumas pessoas são presas ao fascínio que a poesia causa, um exemplo disso pode se explicitar quando pessoas recorrem aos poetas para dar força e sustentabilidade ao seu pensamento.Nietzsche vai considerar a "medicação" oferecida pelo modelo de cura moderno: inicialmente como de ação "hipnotizadora", com a finalidade de reduzir o sentimento de vitalidade das pessoas e ainda proliferar entre elas a idéia da renuncia de si, afinal não se precisa mais ocorrer a preocupação do sujeito consigo mesmo para se manter são já que existem diversos remédios para isso; em seguida com a ação de "benção do trabalho' acostumando a sociedade à "atividade maquinal"; e ainda como a prescrição de uma pequena alegria baseada no ideal do "amor ao próximo", pressuposto das instituições de ação benemérita. Esse "remédio" é eficaz quando fornecido à "formação do rebanho", pois corresponde à aversão de si em contraposição ao alívio que "associar-se" causa perante o sentimento de fraqueza sobre o qual as religiões trabalham.
Ao contrário dessa cultura moderna que perece devido a essa forma de arte da religião que hipnotiza e acalma, Nietzsche afirma em o "Nascimento da tragédia" que a cultura grega foi salva de perecer desse mesmo mal graças à arte: primeiro através da arte apolínea e depois pela tragédia.
Enfim, a arte continua, então, sendo um grande estímulo à vida, porém é preciso combater as forças artísticas que enfraquecem esse potencial estimulante dela.

Roteiro do filme

Re-produções apresentará!
O filme nascendo para um novo tempo, que será lançado no final do primeiro semestre de 2008 pela produtora Re-produções, busca explorar a existência humana imersa nesse contexto de aculturação que presenciamos atualmente, e é por presenciarmos esta era dominada pela tecnologia, em que o tempo fica cada vez mais escasso, que decidimos mostrar as conseqüências que isso traz a um indivíduo. No protagonista do filme que é Dionísio, propomos retratar um homem que, quando reconhece que viveu durante muito tempo perdido em ilusões, se defronta com uma existência inerte, ou seja, vazia de significados. É a partir desse defronte, aonde nenhum objetivo se atingiu e aonde nenhuma certeza sobrou que o personagem começa a descobrir a possibilidade de trilhar novos caminhos, re-elaborando assim o seu projeto de vida. Dentro desse panorama, portanto, a trama se divide em 4 partes: a primeira, quando o protagonista ainda está inserido na sociedade técnica e consumista. As principais características que exporemos no personagem é a perda dos valores, a desvalorização às instituições e a extrema necessidade de saciar seus desejos, que quando saciados, geram outros e outros. Na segunda parte, propomos demonstrar através de Dionísio o desmoronamento dessa vida somente materialista, e a desilusão frente ao mundo em que vivia, mostrando a percepção do homem que encara a existência sem nenhum sentido. Já na terceira pretendemos trabalhar com um desvelamento de novas possibilidades no encontro entre homem e natureza, acreditando que esse contato propicia um ótimo cenário para a descoberta de si -o que pressupõe a importância de uma ligação com o momento presente, pois só quando assim fazemos que paramos de nos pré-ocuparmos com outras coisas que não o que somos puramente- como ser que só é com o outro, e que, portanto, só se constitui enquanto relação. E finalmente, na quarta parte ressaltaremos o resgate de um sentido para a existência e a série de dilemas que alguém com esse propósito tem de conviver. Como afirmaremos algo sem deixar que o orgulho e o sectarismo não nos ceguem? Como lidaremos com toda a realidade que até então tínhamos encarado com outros olhos? Paralelamente a toda essa trama, que demonstraremos por intermédio da ficção, correrá paralelamente um documentário, no qual filósofos exporão suas opiniões, considerando escolas e pensadores, sobre os temas abordados no filme.

Nascendo para um novo tempo- parte 1
1ª cenadia.Personagens: Dionísio.Local: em um quarto.Uma moeda sendo lançada para cima.Dionísio: - Preciso repensar meu dinheiro.
2ª cenadia.Personagens: Dionísio, Julio (seu filho) e empregadaCopa, café da manha.Julio:- Bom dia pai!Dionísio: -Bom?...só se for para você.Empregada: -Ai seu Dionísio, pra que tratar assim a criança? Não vê que isso é traumatizante?Dionísio: -não to nem ai, só quero meu café. Estou atrasado.empregada: -Daqui a pouco sai!Dionísio: -É bom andar logo!Empregada sai.-Ta vendo filho? É assim que devemos agir. Devemos ter pulso firme com aqueles que são inferiores.Julio: -Mas pai, meu professor falou que todos os seres humanos são iguais, e que não devemos julgar as pessoas pelas suas aparências.Dionísio: -HAHAHAHA...Claro que não idiota! Isso é bobagem! O mundo não é assim. Isso ai é historinha pra criança. Na vida filho, sempre estamos correndo para alcançar o carro do outro, lutamos pelo status filho, corremos atrás do poder. Por isso, aprenda desde já! O mundo é daqueles que tem!Julio: -Mas... e o amor pai??Dionísio: -....acho que você ainda é muito novo pra aprender sobre isso.Empregada: - Ta aqui seu café! E o senhor pode acertar comigo, já não quero mais trabalhar aqui! Não consigo me conformar com todas essas besteiras que o senhor fala pro seu filho! Fica enchendo a cabeça do menino de minhoca!Dionísio: - Pois então vá! Ahh...e só pra não esquecer, seu café é tão ruim quanto você na cama.... Vá, vá logo e não me encha mais!
3ª cenadiaPersonagens: DionísioLocal: Rua, trânsito, dentro do carro.Um carro fecha o carro de DionísioDionísio: -Vá se ferra seu babaca!! Entra na auto-escola de novo rapaz!!“esse idiota acaba de estragar meu dia!”
4ª cenadiaPersonagens: Dionísio, atendente de supermercado.Local: supermercado.Dionísio compra uma coca-cola e mais um maço de cigarros.Dionísio: “...ah...hora de satisfazer meus prazeres...cigarros....refri...ah..só falta esta gostosa da propaganda.”Atendente: -Só isso senhor?Dionísio: -Sim.Atendente: -Tenha um bom dia senhor.entrevistatema: padrões de mercado, sociedade massificadora, desestruturação das instituições e contras do modelo de vida baseado no consumismo.
5ª cenadialocal:sala de um cartório, cigarros e café. Protagonista carimbandoPersonagens: Dionísio e seu chefe (Paulo).Chefe: - Dionísio, que palhaçada é essa aqui? Já são mais de três requerimentos que você carimba errado!Dionísio: - Desculpa chefe.Paulo: - Ah..e você acha que tudo se resolve simplesmente com uma desculpa? Não é você que agüenta todas aquelas reclamações depois!Dionísio: - Já pedi desculpas Paulo! E além do mais, essa rotina me enche. Tenho que ficar carimbando todas essas folhas que não tem nenhum sentido pra mim, enquanto as coisas funcionam para poucos, que molham a sua mão!Paulo: - Do que você está me acusando?...cuidado rapaz!...quer saber? Estou cansado de seus erros e de seu jeito arrogante de ser! Você está demitido!Dionísio: - Mas....ah! também já estou cansado de engolir sapo de alguém tão babaca! Se há algum erro aqui está no meu salário! Fico contente de nunca mais ter que olha para essa sua cara gorda.Cospe no chão e saiCâmera acompanhando.Dionísio: “era só o que me faltava, durante tanto tempo fiquei só carimbando aqueles papéis que agora nem sei se sei fazer outra coisa! Aquele balofo, puta que pariu! Acho que vou tomar uma coisinha em algum bar.”
6ª cena .diaBar, tomando conhaque e pensando.Dionísio, Garçom.Dionísio: “....durante todos esse anos da minha vida em que só no que pensei foi no que era útil, o que carrego comigo, o que verdadeiramente sou eu?....tenho um filho, um carrinho uma casa. Ah! Droga! Estou sempre procurando como meus fundamentos aquilo que tenho. Nunca consigo chegar no que sou. Talvez seja porque durante toda minha vida essa foi a minha preocupação. E agora pergunto, até onde tudo isso me levou? O que sei da vida? Pra onde estou indo?”- me serve mais umaGarçom: - Servida.Dionísio: “...agora já não mais enxergo sentidos pra viver, a única mulher a quem eu tinha, foi embora de minha casa, meu emprego já era, só tenho mais 20 reais, que provavelmente vou beber, não posso comprar nada. Como posso ter desperdiçado 40 anos de minha vida, como se apertasse a descarga de uma privada cheia de merda? Já não entendo mais nada. E como nada me resta, prefiro vagar pelo mundo a esmo, esperando aquilo que todos esperamos quando vivemos...”- Quanto deu ai? Ug, ug.Garçom: - 5 doses....15 reais senhor.
7ª cenadiaRua. Centro da cidade.Dionísio.Dionísio: - Digo pra todos que me ouvirem! Não façam como eu, não desperdicem 40 anos de suas vidas vivendo atrás de utilitários inúteis , correndo atrás de uma casa ou de uma blusa. Pois quando acordamos, percebemos que nossa corrida foi em vão, e que passamos o tempo todo ignorando o que realmente somos: nada. Hoje, me encontro na total desilusão, meus sonhos de consumo agora sei que nunca vou satisfazer, haha, já não tenho mais dinheiro, compreendo que minha sede nunca teria fim! Por isso me ponho na estrada e por isso agora grito. Descobri dentro de mim que tudo o que estou sendo até agora é vazio!Ando porque não consigo sonhar, ando sem destino para pagar toda a ingratidão que dei à vida e sofro porque tudo o que sei é sofrer.
EntrevistaTema: O homem niilista e seu pessimismo, a quebra dos valores, o despertar filosófico e a crise existencial.

parte 2
9ª cenanoiteAuto-estradaDionísio e andarilho.Andarilho: - Que faz aqui homem? De camisa e calça de rico? Andando nesse trecho?Dionísio: - Como ainda consegue ter forças pra perguntar sobre o problema dos outros? Só os seus já não te bastam?Andarilho: - Dificilmente converso com alguém nessa vida, e quando converso é só com alguém que ta na estrada também. To vendo que tu é novo mesmo na BR rapaz, e já vou logo avisando: aqui não tem espaço pra orgulho. As vezes tu vai ta com sede, e não vai ter água. As vezes tu vai ter fome, e não vai ter o que comer. Assim como um dia eu também vou ter, por isso aqui dependemos uns dos outros.Dionísio: - se quer pedir algo vamos direto....Andarilho: - hahahaha...não to pedindo nada não senhor! Só to querendo puxar conversa, mas já vi que tu vai ter muito que aprender ainda! Aqui não é que nem era tua vida lá na cidade. E pra tu não ter que sofrer como eu sofri durante anos nessa estrada que te digo, aceita tua condição e se enxerga no teu irmão. Jesus Cristo já falava amigo, somos todos iguais.Dionísio segue.“era só o que me faltava agora ter de escutar as palavras de um velho mendigo bancando uma de” sabe tudo “, mas até que tem coisas que ele falou que já ouvi faz muito tempo e só agora, depois de tudo o que passei ,que imagino porque diziam. Só agora, quando vejo que não adianta corrermos atrás do carro do ano, pois só enquanto estamos correndo, perdemos parte da vida, que entendo quão injusto é aquele modo consumista de se viver.”Dionísio: - Hahaha“Só agora que entendo, quando vejo que por todos dependermos um dos outros, não existe ninguém que seja melhor ou pior que o outro, pois todos dependemos de todos, ah, mas que bobagem todo esse papo. Tenho só cinco no bolso, e quando ele acabar, provavelmente me estenderei em uma sarjeta esperando que a morte me pegue.”
10ª cenaDionísiomadrugadafrio, estrada de terra“Como puderam tantos homens ter procurado esses momentos de meditação? Não consigo dormir, não consigo sonhar, só sinto meus pés congelarem. Durante toda minha vida sempre o que fiz foi esperar: esperando o fim do dia, esperando o fim do mês, pra pagar aquela conta que já não agüentava mais a prestação, e quando uma quitava, outra fazia.”Dionísio: - Ahhhh...E agora?? O que esperar??“Talvez a única coisa que me caiba esperar seja o raiar de um novo dia de sol.”
11ª cenaDionísioRaiar do solTomada de longe pinheiro do ParanáPink floyd – atom heart mother“...aqui estou agora, pensando em todas essas coisas...e pela primeira vez, por incrível que pareça, sinto-me como nascendo outra vez, tudo o que esperava encontrei dentro de mim, olhando o sol...é incrível. Como nunca notei? Sinto-me agora burro por nunca ter olhado o pinheiro, que sempre esteve com os galhos voltados para o alto, pedindo para que o sol chegasse e que tudo iluminasse. Sinto-me feliz como nunca, finalmente compreendo o que é o amor, sempre quando me falavam achava que o amor era algo ligado somente a prazeres que, agora posso notar, eram meros prazeres efêmeros..”Dionísio: - Ahhhhh....vida!!!“sinto-a agora, espero que isso que contemplo não passe...ah droga, como durante tanto tempo vivi sem acreditar nas coisas boas que a vida podia me dar? sempre fui um servo da destruição, nunca tinha, até então contemplado a imensa luz de um amanhecer de verão. Hahah, até mesmo dentro de um burro como eu aparecem tamanhas maravilhas....sinto como nunca a sensação de existir!”entrevistas: santo Agostinho e a teoria da iluminação, mito da caverna e a aquisição de sentido para a existência. Shelling, o ideal é o real.
12ª cenaPosto de gasolina, restauranteDionísio e GerenteDionísio: - Bom dia amigo, até anteontem vivia na cidade, tinha emprego e tudo, mas saí de casa, bebi um pouco e, por perceber quanta bobeira estava fazendo de minha vida me pus a andar. E aqui estou agora, sem dúvida esses dias foram os mais importantes da minha vida, pois descobri que todos nós somos irmãos e...Gerente: - ta bom, ta bom, pare de me enrolar com esse blábláblá e peça logo um prato de comida....Dionísio: - era isso mesmo que eu queria senhor, mas não esperava receber tratamento tão estranho....Gerente: - toma, e vai embora...Dionísio: - Obrigado senhor.Dionísio Sai“é....agora que comecei a perceber como realmente podemos ser mais, muda de foco minha vida, e imagino quanta dificuldade ainda vou passar, por tentar reconstruir tudo aquilo que tinha derrubado e ignorado durante 40 anos...”

A vida de David Gale

Este filme mostra a vida de David Gale, que é um professor de filosofia que luta pela seguinte causa: proibir a pena de morte.
No desenrolar do filme ele e seus companheiros de luta de causa tramam tamanha cena que prova como é arriscado se julgar alguém à morte podendo-se cometer injustiças. Para essa farça se concretizar eles chegam ao extremo de acabar com a vida de dois dos manifestantes. Uma amiga dele e ele próprio que foi acusado e condenado pela morte da parceira mesmo sendo inocente. Sendo a sua pena de morte a maior cartada desses manifestantes para provar como o sistema era falho.
A Amiga dele se submeteu ao suicídio, pois já estava em fase terminal de leucemia. Já Gale aceitou a própria morte pela pena, pois estava com a vida sem sentido após uma armação de uma aluna contra ele que o incriminou por estupro; após crises de alcoolismo que ele não conseguia superar; e o pior, a perda do filho, pois a mãe se separou dele e levou seu filho para longe, isolando-os.
Os manifestantes preparam toda a cena da morte da mulher como se fosse Gale o culpado e o julgamento foi todo baseado na armação deles. A repórter que acompanhou Gale e tinha a função de ouvi-lo antes da pena ser executada acabou “pescando” toda a armação ao escutar a versão dele, porém foi tudo muito bem planejado para que a pena fosse executada, pois quase mártir não comprovaria a falibilidade do sistema penal. A única intenção de Gale provando sua inocência para ela era a de que ela tornaria isso público, em especial para o filho que ele ainda amava muito mesmo afastado.

Gladiador

O filme relata a história do grande general Máximo, do exercito romano. O período em que ocorre a trama é o do Baixo Império Romano, o qual estava passando por uma crise devido às invasões bárbaras.
O filme transcorre no período de transição entre o imperador Marco Aurélio e seu filho Cômodo. Marco Aurélio era filósofo estóico e seu reinado foi marcado por diversos conflitos no oriente entre Roma e o reino da Pártia. Desses conflitos as legiões romanas saíram vitoriosas, mas trouxeram uma epidemia que dizimou a população do Império.
Desde a ascensão da Nerva em 96 d. C. até a morte de Marco Aurélio em 180, o Império Romano foi governado pelos “Cinco Bons Imperadores”. Durante esses governos, Roma alcançou o auge de seu poder e prosperidade e quase todos os seus povos foram beneficiados.
Os quatro imperadores que antecederam a Marco Aurélio não tinham filhos vivos, de modo que, para escolher seus sucessores, recorreram ao sistema de adoção, que se revelou muito eficaz. Já com a sucessão de Marco Aurélio hereditária, com Cômodo no poder, a pax romana teve sua era de felicidade acabada.
Máximo, que também viva a filosofia estóica, foi convidado por Marco Aurélio a assumir o poder, mas antes que isso ocorresse Cômodo causou a morte do pai, passando, assim, a ser o novo imperador de Roma.
O filme mostra a dura trajetória que o grande general enfrentou após rejeitar-se a servir o novo imperador. Escapou da morte, teve sua família assassinada e acabou como gladiador, tendo que lutar para se manter vivo e para agradar o povo.
Os combates entre gladiadores eram uma prática dentro da política do “pão e circo” que visava distrair a atenção do povo com jogos e massacres os distraindo dos problemas do governo.
O que impressiona no filme é como, apesar da profunda dor de perder a sua família, o ex-general que se torna gladiador, continua prezando pela virtude e vive uma vida de forma virtuosa, mesmo a situação em que acabou por causa das ações de Cômodo.

Filhos da esperança

Este filme conta a história de Théo Favon no ano de 2027. Nesta época as pessoas estão marcadas pela perda da esperança, pois, conta-se que as mulheres perderam a fertilidade e nenhum bebê nasce em 18 anos.
Para muitos a razão da existência perdeu sentido quando não se pode pensar em um futuro, numa continuidade. Até que uma mulher aparece grávida.
Este fato faz com que muitos retomem a esperança e passem a ver sentido na vida novamente.
A grande questão que o filme nos apresenta é que a vida só tem sentido se houver continuidade. Se analisarmos muitas crenças religiosas que existem hoje no mundo, constataremos que muitas delas falam de vida após a morte e de alguma forma o homem se sente amparado com isso.
Cabe então um questionamento. Qual será o real sentido da vida?
Esta pergunta é ignorada no mundo em que vivemos hoje, pois a atenção está voltada para a economia, para a tecnologia, política, lazer, religião etc. é como que se o homem priorizasse o efêmero e, somente numa situação como a que o filme nos apresenta, é que ele irá parar para pensar.
Se analisarmos o filme Gladiador com essa interrogativa é possível concluir que o que mais importa nessa vida é vivê-la de forma virtuosa, mesmo perante a adversidade.

Édipo Rei

O enigma: “Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite”. É desvendado da seguinte maneira: “É o homem, pois, ao amanhecer é a criança engatinhando, entardecer é a fase adulta, que usamos ambas as pernas, e o anoitecer é a velhice quando se usa da bengala”.Foi esse o enigma desvelado por Édipo que o tornou conhecido como o grande desvelador de enigmas e famoso por sua grande inteligência. Após derrotar a esfinge, em seu caminho para sua terra natal ele acaba por matar seu próprio pai sem saber quem era, e casa-se com sua própria mãe, também sem saber.
Após todas essas ocorrências iniciais, a cidade deles é tomada por desgraças e acaba vindo a tona as profecias dos oráculos que foram proferidas na época do nascimento de Édipo. Eles fazem várias investigações, o que mostra como não é apenas a mitologia que é levada em conta nessa época das tragédias gregas em contraposição ao que era percebido nos poemas homéricos. E após essas investigações a culpa recai sobre Édipo, que ficou taxado como assassino do próprio pai e copulador com a mãe.
Tendo isso tirado a limpo, Jocasta, a mãe e esposa, se mata e Édipo recorre ao castigo de se cegar para sentir-se punido pelo que fez, mesmo sem ter a intenção foi ele o responsável pela morte da mãe, do pai e da desgraça que assolou a cidade.

Antígona

Essa tragédia escrita por Sófocles retrata a terceira etapa da saga de Édipo e sua família. Antígona é a filha de e Jocasta, a qual era esposa e mãe de Édipo; e Irma de Ismênia, Etéocles e Polinice.

Durante a primeira etapa da história, “Édipo Rei”, Antígona é a jovem filha presenciando a desgraça em que seu pai recaiu por levar em conta as profecias dos oráculos. Na segunda parte da historia, “Édipo em Colono”, ela aparece como guia para o pai cego e com ele continua até o momento da morte do velho. Já a terceira parte é chamada justamente de “Antígona”, e relata o retorno da heroína para Tebas.
No seu retorno ela tem que lutar contra o seu tio Creonte que era o novo rei Daquela terra, e ainda suportar o drama de quererem enterrar seu irmão Polinice sem as honras cabíveis, pois ele havia sido considerado traidor do rei. Nesse momento da tragédia resplandece toda a força de Antígona, pois ela é capaz de morrer para ver o irmão sepultado convenientemente. Chegou então ao extremo da própria morte para ver seus princípios valorizados e colocados em prática.
Enfim, percebe-se como a honra para com a família é colocada por ela acima de tudo, e acima inclusive das crenças da época, postando-a em conflito perante todos. O sentimento de amor perante a família é sempre colocado em foco, principalmente no trato que ela despeja para com o pai, de acompanhá-lo mesmo ele tendo cometido tamanha barbárie de cegar os olhos.

Odisséia

Na história retratada na Odisséia de Homero, pode-se observar a saga de Ulisses que passa dez anos pelo mundo com destino a Ítaca, depois da destruição de Tróia onde ele vivia.
A Odisséia teve significado muito importante entre os gregos, assim como os outros poemas de Homero que sempre recitavam histórias incríveis sobre monstros, heróis e seres mágicos, ela ajudou a moldar o espírito e a religião dos gregos. Séculos a fio, a juventude grega cresceu escutando e recitando seus poemas e admirando seus heróis, que lutavam pela honra e enfrentavam o sofrimento e a morte com coragem.
Nesta saga, muitas aventuras se desenrolaram e muitos personagens fantásticos, tais como monstros marinhos, sereias, ilhas flutuantes, gigantes e ervas milagrosas, nos são apresentadas de forma a influenciar muito a imaginação de todos que tomam contato com a história relatada.
Com as epopéias de Homero a Ilíada e a Odisséia, a obra de Homero é essencialmente uma expressão da imaginação poética e do pensamento mítico.
É possível dizer que este cenário mítico permitiu o surgimento da filosofia e o enfraquecimento da religião tradicional grega. Já que a primeira veio acompanhada de um espírito secular e racional.

Tróia


Este filme retrata a epopéia de Homero chamada Ilíada. Seu tema é a ira de Aquiles. Ao ter seu orgulho ferido pelo rei Agamenon, Aquiles recusa-se a guerrear ao lado dos outros soldados gregos. Posteriormente acaba indo à luta para construir um nome histórico, porém seu primo o segue e acaba em meio aos campos de batalha escondido de Aquiles que era muito protetor dele.
Numa batalha contra o príncipe troiano Heitor, o primo acaba morto e isso desperta em Aquiles uma ira contra os troianos, em especial contra Heitor e com isso ele passa a lutar com gana, pois encontra sentido na luta por seu sentimento de vingança.
O desenrolar do filme mostra de um lado a bravura de Aquiles e do outro a sua parte mesquinha humana. A grande trama circunda o fato de os gregos utilizarem-se de um artifício enganoso para penetrarem as muralhas de Tróia.
Eles construíram um cavalo de madeira enorme e esconderam dentro alguns guerreiros. Este foi colocado em frente aos portões de Tróia e aceito pelos troianos como um presente, os quais entenderam o cavalo como motivo de vitória sobre seus oponentes.
Contudo esta façanha ocasionou a infiltração dos gregos pelos portões de Tróia, a qual teve sua queda ocasionada por isso, pois ao estarem dentro da fortaleza troiana os gregos fizeram um ataque surpresa e fulminante.
Deste fato originou-se a expressão “presente de grego”, que remete a algo desagradável dado ao presenteado.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O nascimento da filosofia

A filosofia é considerada por muitos, criação dos gregos. Isso porque num certo período da história alguns homens gregos voltaram-se para algumas questões que remetem a essência das coisas e, de alguma forma, isso foi registrado. Não significa que foi a primeira vez na história da humanidade o homem voltou-se para essas questões, mas, que foi a partir dos gregos que se desencadeou um processo de cunho filosófico até os dias de hoje não é possível negar.
Os gregos viviam divididos em cidades-estado distintas em diversos aspectos, mas havia algumas características que os assemelhavam. Possuíam um ideal de cidadania muito forte, crenças religiosas baseadas nas virtudes e não virtudes dos homens, além de uma cultura essencialmente mítica.
As interrogações filosóficas pararam de ser exclusivamente sobre a essência dos seres para uma preocupação com o agir do próprio homem, o que é percebido claramente com Sócrates e seu “conhece-te a ti mesmo”. Assim foi possível estabelecer diversas intuições políticas livres e com a luta que os gregos empreenderam para transformar as velhas formas republicanas, nasceram as condições, o senso, e o amor da liberdade.

sexta-feira, 7 de março de 2008

(org.) Perez, Daniel Omar. Filósofos e terapeutas: em torno da questão da cura, São Paulo: Escuta, 2007. 280p. ; 21cm.


INTRODUÇÂO.

- A busca por uma medicina do corpo e da alma pode ser vista desde os primeiros pensadores gregos.

- Na tentativa de se recriar a si mesmos como figuras singulares, como metáforas de modos de vida, gestos, costumes, discursos, maneiras de se posicionar, etc...

- Pode-se dizer que esses pensadores se transformaram em terapeutas de si mesmos.

- Seu valor estava naquilo que o inspirava.

- O objetivo desta obra é apresentar as idéias de diversos filósofos e terapeutas que registram os usos das mais variadas medicinas contra a depressão, contra a angústia, contra a impotência, para alcançar a felicidade, enfim, para evitar todas as formas da dor ou ajudar a suportar o sofrimento da finitude.


Filósofos professores como terapeutas e médicos

- A imagem que a palavra filosofia hoje desperta nas pessoas é a de um professor, um indivíduo que freqüenta bibliotecas e livrarias, alguém capaz de estar horas na frente de um livro em silêncio ou diante de um auditório falando indefinidamente.

Faces do filósofo:

● Revolucionário;
● Conservador;
● Extemporâneo;
● Iconoclasta;
● Profético;
● Médico de almas.

- O filósofo nunca deixou o ofício de artesão da sua própria existência, de artífice de sua vida, de terapeuta de si mesmo.

- O filósofo era um sujeito ocupado com sua vida

- A prática da filosofia era a criação de um modo de ser como uma medicina contra o mal-estar de uma existência desagradável.

- No entanto, essa vocação de terapeuta não induziu os filósofos a instalarem consultórios e sim relações, como amor e amizade.

- Sua pedagogia consistia mais em propiciar as condições da descoberta do próprio caminho do que em indicar qual seria o resultado correto de cada ação.

- Um grande exemplo de filósofo que constituiu uma espécie de “pedagogia terapêutica” foi Pitágoras.

- O cotidiano dos membros “pitagóricos” consistia numa série de exercícios físicos e espirituais que faziam parte de um caminho para um modo de vida “filosófico”.

- Segundo Antístenes, as doenças aparecem quando nos afastamos da natureza e sua cura consiste em voltar para ela.

- Era nisso que os cínicos gregos dedicavam a sua vida.

- Suas condutas podem ser entendidas como máximas ou prescrições médicas. Uma delas era evitar todos aqueles esforços inúteis que só conduziam à infelicidade.

- Uma vida feliz não é outra coisa que viver conforme a natureza. Aceitando o que ela é, como ela é sem esperar nada dela. Quem não espera nem teme, vive livremente, pensavam os cínicos.

- Como eles não pretendiam ascender socialmente não precisavam pagar o preço da hipocrisia.

- Os cínicos aderiam a uma vida voltada para si mesmos. Isso, para eles, era uma verdadeira vida filosófica e sadia, sem mentiras nem doenças.


A medicina como filosofia de vida

- Hipócrates, o pai da medicina, declarava que existiam dois tipos de tratamento. Um para os escravos e outro para os homens livres:

a) Escravos: a medicina era reparatória, curava aquilo que era indispensável para que o homem voltasse ao trabalho.

b) Homens livres: a medicina era preventiva e se exercia como modo de vida.


- Os discípulos de Hipócrates costumavam dizer que não há nenhuma diferença entre filosofia e medicina, o que a primeira tem também se encontra na segunda. Este é um pensamento compartilhado com epicureos e estóicos.

- Epicuro e seus amigos pensavam que talvez não fosse possível eliminar o sofrimento da vida, porem, certamente é possível eliminar a dor. E o caminho para esse tratamento era a “verdade”.

Política de Epicuro: A política de cria a ilusão de que podemos modificar o desejo dos outros, e enquanto observamos que se trata de u engano ficamos frustrados.

- Na medicina dos cristãos e judeus do início da nossa era não cuidavam apenas do corpo, mas também da psique que é onde residem doenças terríveis e difíceis de curar, como o apego ao prazer, a desorientação que causam os desejos, as tristezas, os medos e as invejas.

Rousseau è propõe uma espécie de retomada do “conhece-te a ti mesmo”.


Ciências e práticas terapêuticas

- As artes de curar, as terapias, os tratamentos para a diminuição da dor e a eliminação de doenças perpassa os mais variados discursos e sua história é bem mais antiga que qualquer tentativa epistemológica de discernir o que é ciência e o que não é.

- Estas práticas milenares colocaram em questão, diversas vezes, os discursos predominantes sofrendo as conseqüências necessárias dos mecanismos de poder.

- Não só a crítica, mas também, muitas vezes, a descaracterização e a perseguição.

- Em nome da Verdade a palavra “charlatã” surge para dar rótulo àquele que oferece um novo método de “cura”.

- É em nome da saúde pública que o Estado controla a formação de especialistas em saúde e decide sobre que tipo de curas são aceitáveis e quais são “charlatanearia”.

- Mas também é em nome dessa saúde pública “científica”, e não produto da charlatanearia, que o Estado, nos séculos XIX e XX, propôs práticas higienistas, eliminação de “raças” doentes ou preguiçosas e contribuiu com as mais nefastas práticas de extermínio.

- Talvez seja porque as tentativas de demarcação científica deram piores resultados do que os da “charlatanearia” que devemos pensar mais uma vez:

● O que é a cura?
● O que é uma terapia?
● O que se cura?

- Talvez devamos voltar o olhar para a tradição e repensar os nossos conceitos, nossas práticas e nossas certezas.


QUEM SABE NÃO SE RENOVA ESTA REFLEXÃO