terça-feira, 1 de julho de 2008

Vídeo e comentário sobre o capítulo do livro ""Nietzsche e os destinos da 'arte de curar'"

http://br.youtube.com/watch?v=YQ7lvYDRLvQ


No decorrer do capítulo intitulado “Nietzsche e os destinos da ‘arte de curar’”, do livro organizado pelo professor doutor Daniel Omar Perez, sobre o qual produzimos o vídeo, pode-se perceber qual o destino que a poesia que era tão valorizada entre os gregos antigos como uma forma de cura acabou tendo na constituição de homem moderno.
Entre os antigos a arte teria uma função natural curativa representada pela tragédia em contraposição ao dionisíaco, o qual para ele significava bárbaro e maléfico à saúde.
Essa função de cura da poesia tão valorizada entre os antigos não foi inteiramente erradicada, de alguma forma, mesmo nessa época de combate contra crenças e superstições, ainda percebe-se que algumas pessoas são presas ao fascínio que a poesia causa, um exemplo disso pode se explicitar quando pessoas recorrem aos poetas para dar força e sustentabilidade ao seu pensamento.Nietzsche vai considerar a "medicação" oferecida pelo modelo de cura moderno: inicialmente como de ação "hipnotizadora", com a finalidade de reduzir o sentimento de vitalidade das pessoas e ainda proliferar entre elas a idéia da renuncia de si, afinal não se precisa mais ocorrer a preocupação do sujeito consigo mesmo para se manter são já que existem diversos remédios para isso; em seguida com a ação de "benção do trabalho' acostumando a sociedade à "atividade maquinal"; e ainda como a prescrição de uma pequena alegria baseada no ideal do "amor ao próximo", pressuposto das instituições de ação benemérita. Esse "remédio" é eficaz quando fornecido à "formação do rebanho", pois corresponde à aversão de si em contraposição ao alívio que "associar-se" causa perante o sentimento de fraqueza sobre o qual as religiões trabalham.
Ao contrário dessa cultura moderna que perece devido a essa forma de arte da religião que hipnotiza e acalma, Nietzsche afirma em o "Nascimento da tragédia" que a cultura grega foi salva de perecer desse mesmo mal graças à arte: primeiro através da arte apolínea e depois pela tragédia.
Enfim, a arte continua, então, sendo um grande estímulo à vida, porém é preciso combater as forças artísticas que enfraquecem esse potencial estimulante dela.

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